quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Taxa de Suicídio em Cabo Verde é Superior a Média Mundial





O suicídio é um problema de saúde pública, que tem afetado o mundo e Cabo Verde não é “carta” fora desse baralho. Do senso comum na sociedade cabo-verdiana, pôr fim à vida é algo dos “sampadjudos”, mais concretamente da Ilha do Fogo. Normalmente quando se diz que alguém cometeu suicídio, os comentários andam à volta da sua ilha natal ou então diz-se que é maluco.

Num krioulo bem puro, quando se comete esse ato usa-se a expressão: “o bo é dodu ou de Fogo” (ou sofre de perturbação ou é da Ilha do Fogo). Mas nada que corresponda à realidade. O suicídio tem ocorrido um pouco por cada ilha e nem sempre é causado pela doença mental.

Em Cabo Verde, os dados sobre suicídio são escassos e não são sistematizados, mas neste momento, apontam para uma taxa acima da média mundial, 16 suicídios por ano, por cada 100 mil habitantes, afirmou Daniel Ferreira psiquiatra e presidente de A PONTE (Associação de Cariz Social voltada para problemas de saúde mental). O Psiquiatra afirmou que cercar de 90% dos suicídios em Cabo Verde estão relacionados com as doenças mentais, com destaque para a depressão. Segue-se o abuso de álcool e de drogas, esquizofrenia, situação econômica desfavorável.
Daniel Ferreira sublinhou que estigmatizar e marginalizar o doente mental só piora a situação. Ainda que o fenômeno do suicídio é complexo, mas, a prevenção é possível, alertando que o suicida sempre dá o aviso, antes de cometer. Muitas vezes até procura o médico, por isso os sinais de alerta devem sempre ser levados em conta.
Normalmente, os possíveis suicidas começam por ter comportamentos estranhos, alegando não ter mais nenhuma razão nem vontade de viver. A morte é vista como um alívio e muitos começam por pedir desculpas, deixar mensagens e distribuir objetos como recordação. E há que se ter em conta que o uso abusivo de drogas e álcool também é um dos sinais de alerta.
“O suicídio pode ser evitado se as pessoas estiveram atentas `s indicações dadas pelo possível suicida”. Defendeu o psiquiatra.
Fonte: Jornal Expresso das Ilhas nº 573 de 21 de Novembro.
 
 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Dicas do Pr. Ronaldo Lidório



A revista POVOS pediu que o Pr. Ronaldo Lidório escrevesse 10 conselhos aos missionários. Partilho abaixo, por entender que se aplicam a todos os que servem a Deus.

1. Cuide de sua vida com Deus. Cuide bem de sua vida pessoal, especialmente de sua vida com Deus. Não negocie os momentos devocionais diários, mesmo de
baixo das pressões do campo e do ministério.

2. Priorize a família. Não é segredo que a família é a instituição mais atacada em nossos dias. Priorizá-la tem sido uma ordem amplamente repetida, porém pouco praticada. De forma simples, priorizar a família é dedicar tempo e atenção à mesma.

3. Tenha um modelo de descanso. Normalmente a agenda missionária não é linear, portanto, poucos conseguem desenvolver uma rotina semanal. Se retirar um dia de descanso por semana não é um modelo viável em seu caso, use outros. O modelo de Cristo era de se engajar intensamente com o ministério e depois desengajar por um tempo para se refazer. É necessário ter um modelo de descanso.

4. Mantenha relacionamentos saudáveis. O relacionamento é possivelmente a melhor ferramenta de trabalho no universo missionário. Não se envolva com conflitos desnecessários e tenha em mente que manter um bom relacionamento com sua equipe e com o grupo-alvo determinará, em boa medida, o rumo do seu ministério.

5. Siga sua visão e chamado. Envolver-se com tudo é a melhor receita para nada concluir. Tenha uma visão clara e um ministério definido. Projete o que você, de acordo com sua visão e chamado, gostaria de ver concluído em 5 ou 10 anos.

6. Organize-se. Tenha um projeto ministerial bem definido e, preferencialmente, por escrito. Tenha clareza de alvos, estratégias e atividades. Liste as atividades em sua agenda, separando-as por mês e por semana. Faça listas diárias - se for de ajuda - e revise, sempre, a relação do que precisa ser feito.

7. Administre as críticas. A única forma de não ser criticado é nada fazer. Portanto, saber administrá-las é essencial para o missionário. Algumas dicas: (a) Não a jogue fora. Mesmo a que é formulada ou comunicada carnalmente pode conter uma verdade sobre a sua vida; (b) Não durma com a crítica. Após avaliá-la perante o Senhor, use o que for proveitoso e se desfaça dela. A crítica guardada por períodos prolongados desenvolve a capacidade de gerar profunda ansiedade na alma; (c) Não se torne um crítico. As pessoas mais críticas que conheço foram muito criticadas no passado.

8. Não faça de sua casa um lugar de refúgio. Aprender uma língua e uma cultura, plantar uma igreja ou desenvolver um projeto social, requer relacionamento com o povo local. Gaste mais tempo com o povo do que com sua equipe. Limite o tempo no computador e tenha uma rotina diária fora de casa.

9. Trabalhe enquanto é dia. Missionários tendem a deixar seus campos sem aviso prévio. As causas vão desde enfermidades, vistos, educação dos filhos, até outros fatores imprevisíveis. O tempo que você tem no lugar que Deus o colocou é, portanto, preciosíssimo. Use-o com sabedoria e intensidade.

10. Mantenha seu coração ensinável. Sempre temos muito a aprender e, às vezes, com a pessoa mais improvável. Leia, converse, participe de cursos e encontros, reflita sobre o que vê e ouve. Um coração ensinável aprende mais de Deus e não comete duas vezes o mesmo erro.